FRASE DA VEZ “No desespero e no perigo, as pessoas aprendem a acreditar no milagre. De outra forma não sobreviveriam”
Erich Remarque, escritor alemão (1898-1970).
Num território acidentado como o de Salvador, em que a terra corre e mata gente desde que Tomé de Souza aqui chegou, o cenário de 2018 ainda é cheio de perigos, com uma vantagem sobre outros tempos: a briga entre o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto para ver quem faz mais contenção de encostas é daquelas do bem.
Quem fez mais? Sabe-se lá e pouco importa. O fato é que ao longo da história a ocupação desordenada já matou muita gente. Governantes nunca ligaram muito porque são obras caras e de uma abrangência territorial relativamente pequenas. Valem pela quantidade.
E só com Fernando José (1989-2005), na área do Bom Juá, um antigo tradicional palco de tragédias, e Antonio Imbassahy (1997-2005) vislumbrou-se políticas direcionadas para o enfrentamento da questão.
Na época de Imbassahy falava-se em 130 áreas de risco. Mas é lógico que quanto mais rigoroso o mapeamento, mas elas se ampliam. Hoje fala-se em 600, o que quer dizer, seja como for, que ainda há muito por fazer.
Mas Rui e Neto, cada um querendo mostrar mais serviço que o outro, promovem ações que resultam em mais segurança coletiva. Até nos animam a sugerir que outros adversários sigam o exemplo.
Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.