Segundo o governador, o modelo vigente na capital baiana faz com que a população veja o empresário como ‘malvado’, ‘perverso’ e ‘usurário
O governador Rui Costa (PT) voltou a criticar o modelo de concessão por outorga onerosa do sistema de transporte público de Salvador. Para o mandatário, a modalidade ‘mete a mão no bolso da população’ e coloca os concessionários, empresários do setor, como ‘malvados’ e ‘usurários’. A declaração foi dada durante entrega de ônibus elétricos para atender a população da Região Metropolitana de Salvador (RMS), em Lauro de Freitas, na manhã desta segunda-feira (5). Na ocasião, o petista afirmou que, quem quer que seja eleito nas eleições de outubro deste ano para governador, irá receber ‘um estado com muitas obras sendo finalizadas até dezembro e algumas em janeiro e fevereiro’.
“O objetivo dos ônibus [entregues nesta segunda pelo governo do estado] é atender de fato população. Insistir nesse modelo [de outorga onerosa, modalidade aplicada em Salvador], eu já dizia lá atrás: cobrar outorga ou seja cobrar dinheiro numa licitação de transporte de ônibus para população significa meter a mão no bolso da população”, criticou Rui Costa.
“É simples, gente, é conta, da onde quem empresta o serviço de transporte vai tirar o dinheiro pra pagar R$ 200 milhões, R$ 400 milhões da prefeitura? da onde? É tão simples, isso é como fazer o b-a-bá, ensinar a uma criança o ABC, é tão simples. Óbvio que ele [ o empresário] vai tirar [os custos] do serviço. Da população. Se conseguir tirar da passagem, ótimo, se não consegue tirar da passagem, porque o preço fica defasado, vai tirar do serviço, rebaixando a qualidade e o padrão do serviço.”, continuou o governador.
Segundo Rui Costa, o modelo vigente na capital baiana faz com que a população veja o empresário como ‘malvado’, ‘perverso’ e ‘usurário’. No entanto, de acordo com o petista, os concessionários seguem uma lógica adotada no ‘mundo todo’: fechar a contra entre a receita e a despesa do serviço.
“Qualquer empresa no mundo desde uma padaria a uma lanchonete tem que fechar a receita e a despesa. Se não o proprietário vai à falência. Qualquer empresa no mundo funciona assim. Um um blogue, uma rádio, uma TV tem que fechar a receita. Então se você impõe uma despesa de R$ 400 milhões e R$ 300 milhões à empresa de ônibus, ela vai tirar isso de onde? Ninguém vai vender seu patrimônio para poder pagar e não ter seu patrimônio de volta. Ninguém faz isso.”, destacou.
“Isso é a lógica do mundo, mas aqui [em Salvador] decidiram por contrariar a lógica e impor, com a faca no pescoço, me permita dizer isso, até expondo publicamente, muitas vezes, e eu diria expondo para a população como se o vilão do do mal serviço fosse a responsabilidade direta dos empresários de ônibus, quando é o modelo que está equivocado e no mundo inteiro o modelo está mudando para onde, ao invés dos empresários serem proprietários dos equipamentos, eles são prestadores de serviços públicos”, completou Rui.