sábado, 6 julho, 2024

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Seleção brasileira é ovacionada em aeroporto de Salvador

‘Canarinha’ entra em campo contra a Jamaica na próxima terça-feira (4), na Arena Fonte Nova

Com cartazes, balões e muita emoção, a seleção brasileira de futebol foi recepcionada por dezenas de fãs no Aeroporto de Salvador, neste domingo (2). Por volta das 14h, o elenco da ‘Canarinha’ desembarcou na capital baiana. A zagueira Rafaelle, natural de Cipó, no litoral do estado, foi recebida calorosamente com aplausos e gritos.

A defensora é a única baiana na equipe comandada por Arthur Elias, que entra em campo na próxima terça-feira (4), na Arena Fonte Nova, contra a Jamaica – a partida é o último amistoso antes da Olimpíada de Paris.

Aos 32 anos, essa é a primeira vez que Rafaelle jogará com a seleção brasileira em território baiano. O brilho nos olhos e o sorriso estampado na boca evidenciaram a alegria da jogadora. “É um sentimento inexplicável jogar com a seleção, com família e amigos presentes. Eu nunca vivi isso. Eu acho que é um momento único”, disse a defensora.

Há 17 anos vestindo a camisa da seleção, a zagueira brincou que poderia aposentar as chuteiras após essa partida, um sonho que será realizado. “Eu vou estar totalmente satisfeita”, disse, ressaltando o crescimento da equipe ao longo dos anos. “A seleção brasileira é isso. Acho que a gente está crescendo, o futebol está crescendo. A gente tem a Copa aqui [no Brasil], em 2027. Então, isso é só o começo”, afirmou.

Rafaelle fez questão de tirar fotos, distribuir abraços e deixar autógrafos nas camisetas dos torcedores. Uma das agraciadas foi Alice Lautert, 14 anos, fã ferrenha da jogadora profissional. “Receber a seleção foi uma experiência única. A gente se sentiu realmente perto delas. Elas são uma inspiração, dentro e fora de campo”, afirmou.

A adolescente joga futebol desde 2020. É como zagueira que Alice defende o time da escola de futebol Boca Juniors, em Vilas do Atlântico, na Região Metropolitana de Salvador. É por isso que a maior referência da adolescente é Rafaelle. “Sempre foi a Rafa porque eu sempre fui zagueira, apesar de agora estar entrando um pouco ali no meio de campo, na ‘volância’, mas eu amo a Rafa desde o início”, contou, emocionada.

Mãe de Alice, a administradora Caroline Lautert, 42, acompanhou a filha e um grupo de mais 14 meninas, entre 12 e 16 anos, para recepcionar a seleção. Três horas antes do avião pousar, a equipe já fazia concentração no saguão de desembarque do aeroporto. “As meninas estavam empolgadas e a gente tem pouco apoio para seleção feminina, né? O futebol feminino ainda depende de muito apoio. A gente comprou essa ideia delas, de vir aqui prestigiar as meninas da seleção”, disse a responsável pela turma.

Nina Galvão e Milena Pessoa, ambas de 13 anos, também fazem parte da escola Boca Juniors. Jogando juntas há sete anos, a dupla realizou o sonho de encontrar jogadoras que são inspiração. “São pessoas que eu admiro muito, que são exemplos para mim. Poder falar com elas, tirar foto, ver e conseguir autógrafo foi muito gratificante”, disse Nina, que joga como zagueira. A amiga, goleira da equipe, também esbanjou felicidade. “Então, ver uma goleira da seleção, que é o que eu quero ser um dia, é muita honra para mim”, afirmou, Millena.

A seleção brasileira entra em campo, na próxima terça, após uma vitória grandiosa contra a própria Jamaica na Arena Pernambuco, no último sábado (1º), por 4 a 0. Marta (duas vezes), Adriana e Swaby (contra) marcaram os gols da partida. Com 33.272 pessoas no estádio, o amistoso estabeleceu o maior recorde de público do futebol feminino no Nordeste. “A gente está muito feliz de estar aqui. Vai ser, com certeza, mais um ótimo público que a gente vai fazer. Um grande jogo aqui em Salvador”, disse a lateral-esquerda Tamires.

A seleção brasileira encerra, na capital baiana, o ciclo de amistosos que antecedem os Jogos Olímpicos. A jornada em Paris começa no dia 25 de julho, contra a Nigéria, em Bordeaux. O Brasil está no Grupo C da competição e ainda enfrentará as seleções do Japão e da Espanha nos dias 28 e 31 do mesmo mês, respectivamente.

Torcida no Aeroporto de Salvador Crédito: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO

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