quantidade de água existente sob o solo baiano e a utilização desse recurso natural são discutidos nesta segunda-feira (26) durante seminário promovido pelas secretarias do Meio Ambiente (Sema), da Agricultura (Seagri) e de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs), juntamente com a Associação de Produtores e Irrigantes da Bahia (AIBA). O encontro reúne produtores, pesquisadores brasileiros e americanos, além de gestores estaduais.
Foram apresentados no primeiro encontro, no auditório da Seagri, os resultados parciais de um estudo conduzido pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, sobre o potencial hídrico do aquífero Urucuia, no oeste da Bahia. Financiada pelo governo baiano e a AIBA, a pesquisa pretende oferecer condições para que, a partir do conhecimento real da quantidade água disponível no aquífero, possa ser estabelecido um uso ainda mais eficiente da água.
“Na Bahia, estamos atravessando um período de longa seca e esse seminário é justamente para que possamos debater o uso múltiplo da água e ter instrumentos para garantir o volume de água para os diversos usos. O trabalho que está sendo feito é para parametrizar esses números e ter a certeza de que o investidor – que decidir instalar seu empreendimento na Bahia – terá a água garantida para o seu uso”, explicou o secretário da Agricultura, Vitor Bonfim.
A agricultura é responsável por um quarto da riqueza produzida da Bahia e ocupa mais de 60 mil hectares irrigados. Para o secretário do Meio Ambiente, Geraldo Reis, “essa base técnica e científica é de fundamental importância para o planejamento e gestão dos recursos hídricos na Bahia. Além disso, estamos avançando no sentido de elaborarmos novos planos de bacia, em especial dos rios Grande e Corrente. Também estamos trabalhando, junto com o Comitê do Rio São Francisco, os cadastros de usuários dos conjuntos dessas bacias e adquirindo equipamentos de ponta para mensurar a vazão dos rios”.
O professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa Everardo Mantovani destacou que o uso da água precisa ser valorizado e tratado de maneira efetiva, levando em consideração a quantidade e a qualidade do recurso natural. “A região oeste da Bahia é responsável por uma grande produção de alimentos e a preocupação dos produtores é que eles tenham tranquilidade para produzir e, ao mesmo tempo, tranquilizar a sociedade de que água utilizada na agricultura irrigada não estaria causando problemas de indisponibilidade para os outros usos. Esse estudo envolve mais de 50 pessoas e, de forma científica, busca descobrir a disponibilidade existente no aquífero Urucuia”.
Referência
A parceria com o estado norte-americano de Nebraska é justificada em consequência dessa região dos EUA ser considerada referência na gestão de recursos hídricos. O estado possui uma área com mais de três milhões de hectares sob pivôs centrais e com utilização de água subterrânea, além de dispor de um sistema inovador para a produção de alimentos de forma sustentável.
Na tarde desta segunda (26), o seminário acontece na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e será aberto ao público. Na ocasião, os pesquisadores norte-americanos farão apresentações sobre os projetos desenvolvidos em Nebraska e vão discutir a situação do aquífero Urucuia. A expectativa é que os resultados parciais do estudo sobre o aquífero também sejam apresentados no Fórum Mundial da Água, que acontece em Brasília, no mês de março.