segunda-feira, 29 setembro, 2025

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SUS: Governo anuncia chegada de 322 médicos especialistas e investimento de R$ 2,5 bi

O Governo federal anunciou a liberação de R$ 2,5 bilhões e a criação de 899 novas unidades de atendimento que vão ampliar a oferta de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. As medidas foram anunciadas na sexta-feira (26) e fazem parte do programa Agora Tem Especialistas.

Além do investimento em obras, o programa traz 322 novos médicos especialistas que passam a atuar em 156 municípios nas cinco regiões do Brasil. A iniciativa também prevê 4.000 bolsas de residência — sendo 3.000 para Residência Médica e 1.000 para outras áreas profissionais da saúde — e investimentos em infraestrutura e formação.

Com recursos do Novo PAC Seleções 2025, a expansão inclui 100 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 31 Policlínicas e 768 novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), fortalecendo a Atenção Primária e reduzindo a sobrecarga da Atenção Especializada. A liberação dos recursos federais deve estruturar a rede pública nos estados e municípios, ampliando capacidade de atendimento.

“Esse é um esforço importante para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias. A expansão imediata da oferta de serviços, com a mobilização de toda a estrutura pública e privada de saúde do país, vem acompanhada de mais investimento em infraestrutura pelo Novo PAC Saúde. Uma frente estruturante que vai garantir mais serviços de saúde para a nossa população”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Da parcela de 322 especialistas, 212 (65%) irão atender no interior do país, em 24 estados, ampliando o acesso nas regiões mais carentes. Na distribuição regional, o Nordeste recebeu a maior parte nesta primeira etapa — 188 médicos (58%) — seguido pelo Sudeste (70), Norte (40), Centro-Oeste (17) e Sul (7). Do total, 72% atuarão em áreas de alta ou muito alta vulnerabilidade e 22% em municípios da Amazônia Legal.

Segundo Padilha, “essa é a primeira chamada desta iniciativa inédita do Agora Tem Especialistas, que, pela primeira vez na história do SUS, faz um programa de provimento de médicos especialistas para ampliar o atendimento em hospitais e policlínicas. Com isso, estamos levantando o médico especialistas onde há falta desse profissional, para o interior do país, e garantindo o atendimento da população. O objetivo não é colocar mais médicos onde eles já estão, mas levá-los para onde precisa, para atender quem precisa, reduzindo o tempo de espera no SUS.”

As especialidades com maior número de profissionais são ginecologia (98), anestesiologia (37), otorrinolaringologia (26), cirurgia geral (25) e diferentes áreas do atendimento oncológico (66). Os médicos terão 16 horas semanais de prática assistencial e 4 horas semanais dedicadas a atividades educacionais, com mentoria da Rede Ebserh e hospitais do Proadi-SUS. Estão previstos 16 cursos de aprimoramento para especialistas.

O programa também destinará incentivos financeiros inéditos — cerca de R$ 112 milhões até o fim de 2026 — para residentes, preceptores, tutores e coordenadores em 20 especialidades médicas, além de enfermagem obstétrica e física médica, com foco em áreas prioritárias escassas. Haverá complementos para residentes de radioterapia e patologia; o plano prevê a oferta de 121 aceleradores lineares até o fim de 2026.

As 4.000 bolsas de residência têm inscrições abertas para instituições interessadas até 30 de outubro. Em 2025, o governo prevê R$ 1,8 bilhão em programas de residência — um aumento de 32% em relação a 2023 —, a maior oferta de bolsas dos últimos dez anos.

Outra frente do Agora Tem Especialistas é a certificação de hospitais de ensino, que volta a ser concedida para qualificar ambientes formadores. Para obter o selo, hospitais gerais devem comprovar ao menos 80 leitos destinados ao SUS e hospitais especializados, 50 leitos. Hoje o Brasil conta com 202 hospitais de ensino entre mais de 1.134 hospitais elegíveis; cinco dessas unidades estão entre as 300 melhores do mundo, segundo ranking da revista Newsweek.

O governo afirma que a combinação de investimento em infraestrutura, provimento de especialistas e formação pretende reduzir filas e garantir oferta qualificada de serviços de média e alta complexidade no SUS.

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