Depoimento do ex-presidente da Petrobras será como testemunha de defesa de ex-tesoureiro do PT, que é acusado de receber propina para ajudar empresa a ganhar contrato com a petrolífera.
O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli prestou depoimento na sede da Justiça Federal, no bairro de Sussuarana, em Salvador, na manhã desta segunda-feira (5), em uma das ações da Operação Lava Jato. Ele chegou ao local, acompanhado da advogada, por volta das 9h50 3e saiu às 10h30.
Gabrielli foi arrolado como testemunha de defesa de Silvio Pereira, ex-tesoureiro do PT, que teria recebido suposto pagamento de propina por parte da empresa GDK, para ajudar a empresa a ser beneficiada em um contrato com a Petrobras, para o fornecimento de materiais e serviços nas obras da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, localizada no
A licitação lançada em 2005 teria um valor próximo a R$ 400 milhões. Em troca da ajuda, o Ministério Público Federal (MPF) diz que Sílvio Pereira ganhou um veículo da marca Land Rover, avaliado à época em cerca de R$ 119 mil.
Após prestar o depoimento ao juiz Sergio Moro, via vídeo-conferência, nesta segunda, Gabrielli conversou com o G1. Ele disse que na época em que ocorreu o suposto pagamento de propina, era diretor financeiro da petrolífera, e negou quaisquer relações com Silvio Pereira neste caso.
“O que eu afirmei no meu testemunho é que eu não tive nenhuma relação com Silvio Pereira sobre nenhum contrato. E como diretor financeiro, eu não tinha nenhuma relação com o processo de contratação”, afirmou Gabrielli.
Ele também disse não saber o motivo de ter sido arrolado como testemunha de defesa de Silvio Pereira. “Meu depoimento foi sobre processo de nomeação de diretores, processo de nomeação de comissões de licitação, e sobre a não influência que Silvio Pereira teria sobre a Petrobras”, falou.
Gabrielli tampém nega saber quaisquer informações sobre a suposta propina paga ao ex-tesoureiro do PT. “Não soube de nada, porque na verdade os processos seguiram os procedimentos normais”, afirmou, destacando que só tomou conhecimento do caso, após o trabalho da imprensa.
“Posteriormente à divulgação da imprensa, a própria Petrobras tomou proviedência para aceitar as impugnações da licitação”, disse Gabrielli.