Vereador Sílvio Humberto comentou a redução do investimento para a Defesa Civil em 2025 e destacou o impacto das mudanças climáticas e a repetição de problemas em áreas de risco na capital baiana
Em meio às fortes chuvas que atingem Salvador nos últimos dias, o vereador Silvio Humberto (PSB) chamou atenção para a falta de ações preventivas e para os cortes no orçamento da Defesa Civil de Salvador (Codesal) em 2025. Durante entrevista ao programa Linha de Frente, com o jornalista Pablo Reis, ele comentou sobre a redução do investimento para Defesa Civil em 2025, conforme divulgado pelo Aratu On, e destacou o impacto das mudanças climáticas e a repetição de problemas em áreas de risco na capital baiana.
“Isso é o retrato que o problema não são as chuvas. Será que a gente não está vivendo uma emergência climática? Isso não é invenção. Se você olhar, ano passado, o índice sempre piorando e a cidade sempre nos mesmos lugares de alagamento. Felizmente não teve vítima, agora tivemos. Você tem as ações preventivas que precisam ser feitas”, afirmou o vereador.
A declaração vem à tona em um momento crítico para a cidade, que registrou vítimas fatais e transtornos em diversas localidades. Enquanto isso, o orçamento previsto para a Codesal em 2025, de R$ 21,9 milhões, será o menor dos cinco anos da gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil). O valor representa uma redução de R$ 1,8 milhão em relação a 2024 e de R$ 3,4 milhões em comparação com 2021, o primeiro ano do atual gestor.
Orçamento enxuto e impacto em ações preventivas
A previsão orçamentária da Codesal para o próximo ano inclui R$ 11,6 milhões para salários e R$ 1,6 milhão para despesas correntes. Projetos fundamentais para a prevenção de desastres também sofreram cortes significativos. O programa Salvador sem Risco, por exemplo, terá apenas R$ 145 mil, uma redução de R$ 695 mil em relação a 2024. Essa iniciativa contempla instalação de alertas e alarmes, estações meteorológicas e melhorias em áreas de risco.
Outros projetos, como o Multiplica Defesa Civil, que capacita a sociedade para lidar com emergências, também serão afetados. A verba destinada à aplicação de geomantas, importantes para contenção de encostas, será reduzida em R$ 500 mil em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 2,3 milhões.
Prefeitura defende planejamento
Em nota, a assessoria da Casa Civil argumentou que o orçamento da Codesal varia conforme as demandas de cada exercício e destacou que ações de defesa civil vão além das iniciativas do órgão. “Elas incluem também ações transversais realizadas por outros órgãos da Prefeitura, como obras de contenção de encostas, aplicação de geomantas, limpeza e regularização de canais, além de intervenções em drenagem macro e micro”, afirmou a pasta.
Para Silvio Humberto, no entanto, a realidade vivida por moradores em áreas de risco expõe a necessidade urgente de investimentos mais robustos. Ele reforça que a emergência climática é um fator evidente, exigindo maior planejamento e ação preventiva por parte do poder público.
Foto: Reginaldo Ipê