O Vitória fez, neste domingo, 25, diante da equipe do Jequié, fora de casa, uma exibição digna de líder do Campeonato Baiano. Jogando bom futebol e esbanjando sincronia e entrosamento, o Leão aplicou uma sonora goleada de 5 a 1 no adversário, e pôde emplacar sua boa fase.
O triunfo pôs o Vitória no topo da tabela, com 16 pontos – os mesmos da Juazeirense, que perde no saldo de gols. O próximo compromisso do Leão pelo estadual é contra o Jacobina, no Barradão. Já o Jequié se manteve fora do grupo dos quatro classificados para as semifinais. Em sexto, o time está a 3 pontos do G-4 e pega agora o Jacuipense, também em casa.
Ainda é cedo, mas o Vitória demonstra que pode vir a jogar um futebol que geralmente comparamos a uma orquestra. E, se assim o é, uma orquestra em sintonia, o seu maestro é notório: Neilton. Neste domingo, o camisa 10 teve mais uma tarde de gala e, com exímia sabedoria dentro das quatro linhas, regeu o Vitória num repertório que incluiu belos passes, assistência, dribles e gol.
O jogo
O primeiro tempo começou moroso, sem nenhuma criatividade de ambos os lados. O Vitória impunha seu estilo de jogo, com muita cadência e troca de passes, mas faltava ímpeto e objetividade na busca pelo gol.
Interessante foi ver os jogadores se encontrarem em campo, construírem boas tramas apostando na coletividade, movimentando-se incessantemente. Mas não eram efetivos, não traduziam isso em chance de gol. Há, sim, retoques a serem feitos, mas já há méritos evidentes no trabalho de Mancini. Afinal, como em qualquer orquestra, a perfeição vem com a prática e os acertos com os erros.
Há algum tempo, Neilton se credenciou, e vem atuando como referência técnica do elenco rubro-negro. O atacante por vezes recua para chamar o jogo, assim como abre espaços no ataque com passes e muita movimentação.
Assim foi sua participação no primeiro gol, oriundo de um contra-ataque fulminante aos 19 minutos. O volante Ramon arrancou da zaga, se infiltrando pelo miolo defensivo do Jequié, até encontrar Neilton. O camisa 10, inteligentemente, devolveu para Ramon, que enxergou Denilson livre para abrir o placar.
Aos 31, o segundo gol já era merecido pelo volume de jogo da equipe e do seu camisa 10. E foi concretizado: em cobrança de pênalti, Neilton mandou bola de um lado e goleiro de outro.
O melhor do primeiro tempo, entretanto, ficou para o fim. Em cobrança de falta irretocável, Guilherme bateu com capricho e a bola chegou venenosa à meta de Gustavo, que nada pôde fazer. Um golaço.
No final da primeira etapa, o Vitória fazia 3 a 0 e com indícios de que mais um placar elástico estava por vir.
Na volta do intervalo, Mancini deu uma prova de que conhece bem o elenco rubro-negro. Ele sacou Guilherme e colocou o lateral-esquerdo Pedro Botelho. Assim como fazia com Juninho, agora lesionado, dois atletas da mesma posição atuaram pelo flanco esquerdo, dando intensidade por aquele lado. Bryan, jogando mais à frente, mostrou ser mais perigoso ao rival.
E foi por aquele lado que saiu o quarto gol. Em tabelinha com Pedro Botelho, Neilton recebeu na área e, de joelho, mandou para o fundo das redes.
O Jequié pouco viu a bola. O time até conseguiu fazer uma pressão, no apagar das luzes, que resultou no gol de peixinho de Fabiano Tanque. Nada que manchasse a bela partida do Vitória. E ainda houve tempo do Leão fazer mais um, com André Lima, para sacramentar a goleada do novo líder do Baianão.