quarta-feira, 13 agosto, 2025

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Waldir: esse governo ‘não existe’ e Bolsonaro “compra” deputados

Delegado Waldir afirmou, ontem, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, que o presidente está “comprando” deputado

Gravado em uma reunião em que chama Jair Bolsonaro de “vagabundo”, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou, ontem, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, que o presidente  está “comprando” deputados com “cargos e fundo partidário” para alçar o filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao posto de líder da bancada. Segundo ele,  o governo está parado, “não existe”, pois está focado na crise da legenda. “A única finalidade do governo hoje é me derrubar da liderança do PSL.” Na entrevista, o deputado repete o xingamento que fez em reunião fechada. “Eu não menti. Ele me traiu. Então, é vagabundo”, disse.

Questionado sobre o áudio em que diz que vai implodir o presidente, Waldir respondeu: “A gravação que tem é a que já foi divulgada. É na qual ele pede votos, negociando com parlamentares e comprando a vaga do filho dele na liderança do PSL, oferecendo cargos e fundo partidário”.

E disse que é uma vitória ainda ser líder do PSL: “É uma vitória fenomenal eu ainda estar na liderança, considerando que líder do governo, o presidente e ministros estão atuando contra. O governo parou. O governo não existe hoje. A única finalidade do governo hoje é me derrubar da liderança do PSL. A traição vem de onde você menos espera”.

“Não haverá consenso em todas as pautas com o presidente Bolsonaro, o partido terá seu posicionamento. Qualquer conduta do presidente de tentar inibir os órgãos de combate à corrupção não terá nosso apoio, como já foi feito com o (Conselho de Controle de Atividades Financeira) Coaf, com enfraquecimento da Polícia Federal, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a ação do governo em relação à CPMI das Fake News.

Eu fui duramente atacado nos últimos dias por grupos de direita, tive de excluir do meu Instagram mais de 1.500 seguidores, que a gente sabe que são robôs. É uma armação orquestrada. Estaremos contra o governo porque ele é contrário à instalação da CPI Lava Toga. Mas, nas pautas econômicas, estaremos juntos”.

Waldir também foi questionado se o Planalto acena com uma saída intermediária, em que ele sairia da liderança e eles recuariam de indicar o Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).  “Eu não saio da liderança. Meu mandato é até janeiro. Só saio se o presidente do PSL, Luciano Bivar, o vice, Antonio Rueda, e todos os parlamentares pedirem. Caso contrário, só em janeiro. Ninguém me procurou para falar sobre isso e eu não topo. E eu não posso falar nada por mim, faço parte de um grupo. Não posso ter atitudes individualistas. Só quando tiver uma decisão desse grupo é que podemos dialogar. Mas como você acha que esse grupo poderia querer isso se, nesse momento, eles (governo) estão ligando para parlamentares”.

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