sábado, 11 outubro, 2025

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Hamas aceita acordo para libertação de prisioneiros israelenses em Gaza

O Hamas divulgou nesta sexta-feira (3) uma carta oficial em que cita o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirma aceitar o acordo para a libertação de todos os prisioneiros israelenses, vivos e mortos. O comunicado foi publicado no canal de notícias do grupo extremista e detalha a posição da organização diante do plano apresentado por Trump. A infromação é da reportagem de Mariana Durães e Pedro Vilas Boas do UOL.

Segundo o documento, o grupo “aprecia os esforços do presidente Trump e de outras lideranças internacionais” e confirma que o acordo depende das condições de campo para a troca de prisioneiros serem atendidas. “O movimento anuncia seu acordo para libertar todos os prisioneiros israelenses, vivos e mortos, de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do presidente Trump”, diz a carta.

O Hamas também reafirma seu compromisso de entregar a administração da Faixa de Gaza a um corpo palestino independente, formado por tecnocratas, com base no consenso nacional e no apoio árabe e islâmico. O grupo pretende participar das discussões sobre o futuro da região, garantindo que todas as questões sejam debatidas dentro de uma estrutura nacional palestina abrangente. “O Hamas fará parte dela e contribuirá com total responsabilidade”, reforça o comunicado.

O anúncio ocorre horas após Trump dar prazo até domingo, às 18h, para que o Hamas se posicionasse sobre a proposta americana. O plano do presidente norte-americano prevê o fim do conflito, a libertação de reféns e o controle da Faixa de Gaza por um conselho internacional, excluindo a participação direta dos palestinos.

No início da semana, Trump havia informado que daria “dois ou três dias” para que o Hamas avaliasse a proposta. Mais cedo, o grupo extremista havia solicitado prazo adicional, alegando que “continua em consultas e que precisa de mais tempo” para responder.

O plano, com 20 pontos, contempla a libertação de reféns — vivos ou mortos — e a criação de um governo transitório, excluindo o Hamas de um futuro papel no governo palestino. Até o momento, nem Trump nem o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se manifestaram sobre a resposta do Hamas.

O Hamas, ou Movimento de Resistência Islâmica, tem histórico de confrontos com Israel desde a criação do grupo, em 1987. A Faixa de Gaza, território palestino sob bloqueio israelense, abriga cerca de 2 milhões de habitantes e sofre com crises humanitárias recorrentes. A proposta de Trump surge em um momento de alta tensão e busca mediar a troca de prisioneiros e a redução das hostilidades.

Em 25 de janeiro deste ano, o grupo extremista libertou as soldados Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag, que foram capturadas na base militar de Nahal Oz, foi invadida por homens armados do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Confira a carta completa

Em Nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

Declaração Importante

Sobre a Resposta do Hamas à Proposta do Presidente dos EUA, Trump

Em um esforço para deter a agressão e a guerra de extermínio travadas contra nosso povo fiel na Faixa de Gaza, e com base na responsabilidade nacional e na preocupação com os fundamentos, direitos e interesses supremos de nosso povo, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) realizou consultas aprofundadas dentro de suas instituições de liderança, amplas consultas com forças e facções palestinas e consultas com mediadores e amigos para alcançar uma posição responsável ao lidar com o plano do Presidente dos EUA, Donald Trump.

Após um estudo aprofundado, o movimento tomou sua decisão e apresentou a seguinte resposta aos irmãos mediadores:

(O Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, aprecia os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os esforços do Presidente dos EUA, Donald Trump, que pedem o fim da guerra na Faixa de Gaza, a troca de prisioneiros, a entrada imediata de ajuda humanitária, a rejeição da ocupação da Faixa de Gaza e o deslocamento do nosso povo palestino.

Neste contexto, e a fim de alcançar a cessação das hostilidades e a retirada completa da Faixa de Gaza, o movimento anuncia seu acordo para libertar todos os prisioneiros israelenses, vivos e mortos, de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do Presidente Trump, desde que as condições de campo para a troca sejam atendidas. Nesse contexto, o movimento afirma sua prontidão para iniciar imediatamente as negociações por meio dos mediadores para discutir os detalhes deste acordo.
O movimento também renova seu acordo para entregar a administração da Faixa de Gaza a um corpo palestino de independentes (tecnocratas), com base no consenso nacional palestino e no apoio árabe e islâmico.
As demais questões mencionadas no Presidente A proposta de Trump sobre o futuro da Faixa de Gaza e os direitos inerentes do povo palestino está vinculada a uma posição nacional abrangente e baseada em leis e resoluções internacionais relevantes. Elas devem ser discutidas dentro de uma estrutura nacional palestina abrangente. O Hamas fará parte dela e contribuirá com total responsabilidade.

Movimento de Resistência Islâmica – Hamas

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