quinta-feira, 20 novembro, 2025

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Ministério da Saúde habilita Maternidade Tsylla Balbino como Hospital Amigo da Criança

O Ministério da Saúde habilitou, na última sexta-feira (24), a Maternidade Tsylla Balbino, em Salvador (BA), como Hospital Amigo da Criança, iniciativa que promove o aleitamento materno e o vínculo mãe-bebê desde os primeiros momentos de vida.

A medida faz parte de uma estratégia nacional para qualificar a atenção à gestante e ao recém-nascido, com aumento do investimento anual de R$ 12 milhões para R$ 25 milhões. Além da Bahia, outros 10 estados tiveram hospitais habilitados — no total, 18 novas unidades foram incorporadas à iniciativa.

Foto: Divulgação/SESAB

Atualmente, o Brasil conta com 317 Hospitais Amigo da Criança em funcionamento nos 26 estados. Além das 18 novas habilitações, 56 hospitais passam por atualização de código de habilitação, ampliando o escopo da rede para incluir o Cuidado Amigo da Mulher, que garante a permanência da mãe e do pai junto ao recém-nascido de risco.

Na Bahia, além da Tsylla Balbino, cinco unidades atualizam seus códigos de habilitação para incorporar o Cuidado Amigo da Mulher:

  • Hospital Inácia Pinto dos Santos (Feira de Santana);

  • Maternidade Climério de Oliveira (Salvador);

  • Hospital Maternidade Luiz Argôlo (Santo Antônio de Jesus);

  • Hospital Municipal Esaú Matos (Vitória da Conquista);

  • Hospital Manoel Novaes (Itabuna).

A atualização reconhece práticas de cuidado humanizado que fortalecem a atenção integral desde o parto até os primeiros dias de vida — etapa considerada crucial para reduzir a mortalidade materna e neonatal. Em 2023, o país registrou 1.325 mortes maternas e 40.025 mortes neonatais.

A razão de mortalidade materna chegou a 117 por 100 mil nascidos vivos em 2021, diante do impacto da pandemia, e caiu para 55,3 em 2023, segundo dados citados pelo Ministério. Esses números sustentam a necessidade de ampliar e qualificar a rede de atenção à saúde da mulher e da criança em todo o país.

A iniciativa Hospital Amigo da Criança integra a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e segue os “10 passos para o sucesso do aleitamento materno”, definidos pela OMS e Unicef. Também cumpre as normas brasileiras de comercialização de alimentos para lactentes.

A ação se soma a outras medidas do Ministério, como a Rede Alyne, lançada em 2024 com a meta de reduzir em 25% as mortes maternas até 2027, que já investiu mais de R$ 400 milhões na ampliação de exames de pré-natal e no financiamento de leitos e bancos de leite humano.

Avanço no tratamento da hemofilia infantil

Na mesma data, o Ministério da Saúde mobilizou ações para ampliar o uso do Emicizumabe no SUS para crianças de 0 a 6 anos com hemofilia A. A mobilização na Bahia ocorreu no Centro Estadual de Referência às Pessoas com Doença Falciforme – Rilza Valentim, com participação de profissionais, associações de pacientes e representantes do governo estadual.

O medicamento já é disponibilizado pelo SUS para outras faixas etárias e tem potencial para beneficiar 1.038 pacientes, “reduzindo em mais de 90% os episódios de sangramento, diminuindo hospitalizações, prevenindo sequelas articulares e garantindo mais conforto, segurança e qualidade de vida às crianças e suas famílias.” O Emicizumabe é aplicado por via subcutânea, semanalmente, substituindo o tratamento intravenoso frequente com o Fator VIII recombinante.

A proposta de incorporação ao SUS teve parecer preliminar favorável da Conitec durante consulta pública, que recebeu contribuições positivas da sociedade civil e entidades de pacientes. O processo segue para decisão final da comissão, prevista para novembro.

A mobilização nacional envolveu hemocentros, associações de pacientes e profissionais em cinco estados — Pernambuco, Ceará, Paraná, Pará e Bahia — além do Distrito Federal, e reforça o compromisso do SUS com a inovação e o cuidado integral à infância.

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