Reunião foi na sede do TRT, na capital baiana na tarde desta quarta-feira (23).
A Justiça propôs um reajuste de 2,2%, mas não houve consenso. A reunião foi realizada na tarde desta quarta-feira (23), na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no bairro de Nazaré, na capital baiana.
Outra audiência de conciliação foi marcada para a segunda-feira (28). O encontro vai ser mediado também pela Justiça do Trabalho, na tentativa de que patrões e trabalhadores entrem em um acordo que possa pôr fim à greve.
Determinação judicial
Mesmo antes da paralisação ser decretada, a Justiça determinou que 50% da frota circulasse em horários de pico e 30% nos demais horários. No entanto, nesta quarta, nenhum ônibus saiu das garagens das empresas.
Uma liminar assinada pelo desembargador Renato Mário Simões estipulou multa de R$ 10 mil por dia, caso a determinação fosse descumprida.
O descumprimento gerou impasse entre rodoviários e empresas sobre de quem era a responsabilidade pelo não cumprimento da liminar.
Já Jorge Castro, diretor de relações institucionais da Integra, consórcio responsável pelos ônibus, diz que são os trabalhadores que devem operacionalizar esse serviço, e que não é necessária a lista.
Impasse
O pedido inicial de aumento salarial dos rodoviários era de 6%. Após mediação da Superintendência Regional do Trabalho (SRT) e Ministério Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores reduziram para 5% e depois para 3%, mas não houve contraproposta dos patrões.
“Saímos de 6% para 3% , tentamos negociar o tíquete. Nós só queremos o que é nosso de direito. A categoria não pode aceitar as retiradas de direito, não podemos aceitar ganho zero”, disse Hélio Ferreira.
Com isso, os rodoviários sinalizaram a greve por tempo ideterminado e o MPT e SRT deixaram a mesa de negociação, alegando que, sem propostas do outro lado (patrões), não há como fazer acordo.
O presidente do sindicato falou, ainda, que a categoria tentou acordo e diminui o máximo para que se fizesse um reajuste. O aumento de acordo com a inflação seria de 1,9%, mas os representantes das empresas alegam que não têm condições de oferecer nenhum aumento.
O assessor de relações sindicais do Consórcio Integra, Jorge Castro, informou que o reajuste não poderá ser concedido porque o sistema de transporte da capital baiana passa por problemas financeiros e acumula prejuízos.
Conforme Castro, o prejuízo mensal do sistema é de R$ 10 milhões. Segundo ele, o faturamento mensal chega a R$ 77 milhões. No entanto, o custo para manter o transporte é de R$ 87 milhões.
O principal fator apontado pelos donos das empresas, como um dos motivos para esse prejuízo é a integração com o metrô, uma vez que 80% dos passageiros de ônibus da capital baiana são advindos desse modelo de transporte.
Outros fatores apontados para os prejuízos no sistema de transporte estão a crise econômica, o volume de gratuidades, – incluindo a de policiais militares e trabalhadores dos Correios -, o transporte clandestino e a regulamentação dos taxistas.
O último reajuste dos rodoviários ocorreu em maio de 2017. Na ocasião, a categoria desistiu de entrar em greve após aceitar aumento de 5% nos salários. A proposta foi colocada à mesa em reunião com os patrões pela Superintendência Regional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho (MPT), que fez a mediação do acordo.
A tarifa de ônibus em Salvador custa R$ 3,70. Esse valor passou a valer no dia 2 de janeiro deste ano. Antes era R$ 3,60.
Transporte
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Em dia de greve de rodoviários, ônibus da frota regular não saíram das garagens (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Alguns passageiros reclamaram da cobrança de tarifa maior do que R$ 3,70, preço regular da passagem de ônibus em Salvador, por parte dos veículos do transporte alternativo.
Metrô, mototáxis e trens dos subúrbio também foram opção para os passageiros. O movimento foi intenso no metrô durante a manhã. Nos trens do subúrbio, o fluxo foi menor do que o esperado. Já os mototaxistas, aproveitaram a demanda de passageiros e teve condutor que chegou a fazer 25 viagens em 1h30.