Targino Machado ficou irritado com a falta de votações na Assembleia este ano e soltou o verbo
O deputado estadual Targino Machado (PPS) perdeu a linha durante uma sessão ordinária, derrubada por falta de quórum na última semana, na Assembleia Legislativa. O parlamentar ficou bastante irritado com a falta de votações na Casa neste ano e soltou o verbo, em um longo discurso que viralizou nas redes sociais no último fim de semana. Desde que a AL-BA voltou do recesso, no início de fevereiro, não houve nenhuma votação. “Aqui a gente chama vagabundo de excelência”, bradou Targino no púlpito da Assembleia. “Na minha época, se chamava aluno que faltava a aula, que não cumpria com suas obrigações, de vagabundo. […] Para que desgraça se candidata a deputado? Para pegar o salário e cascar fora?”, justificou o deputado. A casa precisa de 63 deputados presentes para realizar votações. No dia em que fez o desabafo, discursou para 11.
“Onde é o papel de deputado? Nos motéis, nos bordéis, nas boates? Sim, porque eu já vim deputado chegar aqui de cabelo molhado”, continuou o deputado depois que a sessão foi derrubada por falta de quórum. As críticas também se direcionaram para a mesa diretora da Casa. “Essa diretoria é a pior”, falou. “Isso é uma esculhambação. Cadê o presidente da Casa? Não o vi ainda esse ano presidindo uma sessão”, completou Targino.
Procurado pela Tribuna para comentar o caso, Targino ratificou as declarações e disse que nenhum parlamentar o procurou desde então. “Tudo o que eu tinha de dizer, eu disse na minha fala. Eu nunca tive medo de ameaça, de nenhum deputado da Assembleia ouvi manifestação de ‘vamos tomar providência’. Isso tem me chegado por vias transversas. Então, o que chega por vias transversas você não pode provar”, afirmou. “Você acha pouco, eu não sou menino. Estou no final do quinto mandato, tenho 65 anos, moro em Feira de Santana, atendo todos os dias numa obra social nossa, saio todos os dias e vou para Salvador estar presente. Estou num bate-volta todo dia e esses camaradas têm uma atitude debochada com o povo da Bahia e com o poder legislativo. Isso foi tradutor da minha indignação. Paciência tem limite”.
O deputado diz que não passou do limite durante a fala. “Se eu passei do limite? Quem passa do limite são aqueles não cumprem o compromisso parlamentar. Para que zorra se candidata a deputado, se não quer exercer o mandato na plenitude? Eu não tenho preocupação com o limite, até porque o limite é algo objetivo seu ou de quem ouve, não é meu”, afirmou. “Tem gente que chega no Plenário perguntando sobre o que vai votar. Que o povo tome juízo”.