Em luta contra o rebaixamento, o Bahia tinha tudo para dar um passo importante e sair da zona. Na noite desta quinta-feira (2), o tricolor chegou a abrir 2×0 sobre o líder Atlético-MG, na Fonte Nova, mas sofreu três gols no intervalo de seis minutos, levou a virada e ainda viu o alvinegro comemorar o título de campeão brasileiro.
Luiz Otávio e Gilberto marcaram os gols do Bahia, mas Hulk, de pênalti, e Keno, duas vezes, decretaram a derrota tricolor e sacramentaram a conquista do bicampeonato para o time mineiro depois de 50 anos.
O resultado mantém o Esquadrão na zona de rebaixamento. O clube baiano é o 17º colocado, com 40 pontos. A distância para o Athletico-PR, primeiro time fora do Z4, é de dois pontos, mas ela pode aumentar já que nesta sexta-feira (3), os paranaenses recebem o Cuiabá.
Restando apenas mais dois jogos para o fim do Brasileirão, o próximo compromisso do Bahia será no domingo (5), quando recebe o Fluminense, às 16h, também na Fonte Nova. O tricolor será obrigado a vencer os cariocas para se manter vivo na briga pela permanência na primeira divisão.
EQUILIBRADO
Sem Juninho Capixaba, suspenso, Guto Ferreira promoveu a entrada de Rossi no ataque. Já na defesa, a novidade foi o retorno de Luiz Otávio ao lado de Germán Conti. Com a missão de vencer para sair da zona de rebaixamento e colocar água no chopp alvinegro – que já estava com festa montada com direito a show de Bell Marques para comemorar o título -, o Esquadrão viu o Atlético-MG usar do poderio técnico para se impor nos primeiros minutos.
Logo no início da partida, Keno fez a tabela na entrada da área e mandou uma bomba que Danilo Fernandes teve que se esticar todo para salvar. Apesar da pressão, aos poucos o Bahia equilibrou o duelo. Empurrado pela torcida, o tricolor tentava articular as jogadas na zona intermediária, principalmente na dobra de Rossi e Nino pela direita, mas tinha dificuldade para furar o bloqueio adversário.
Bem postado defensivamente, o Bahia travava as ações do Galo enquanto ia marcando presença no ataque. Aos 28 minutos, Raí levantou para Rodriguinho na área, mas o Atlético conseguiu o corte providencial. Quando a marcação do Bahia vacilou, Nacho Fernández entrou sozinho pela direita e chutou forte, mas Danilo Fernandes operou um milagre e impediu o gol.
A resposta tricolor veio no mesmo tom. O cruzamento de Matheus Bahia foi certinho na cabeça de Rodriguinho. O camisa 10 mandou para o gol, mas a bola passou raspando o travessão de Everson e o primeiro tempo terminou mesmo 0x0.
VACILO GERAL
O Bahia voltou para o segundo com o mesmo time, e o duelo reiniciou de forma frenética. Logo no primeiro minuto, o cruzamento de Rossi encontrou Raí Nascimento dentro da área. O atacante bateu para o gol, mas a bola explodiu na defesa. Do outro lado, o Atlético-MG quase inaugurou o placar em uma bomba de Hulk que desviou e ainda tocou na trave antes de sair.
A melhor chance do Bahia, no entanto, apareceu aos quatro minutos. Raí Nascimento roubou a bola no meio-campo e puxou bom contra-ataque. O atacante disparou em velocidade e passou para Rossi, mas Guilherme Arana chegou primeiro e cortou o que poderia ser o primeiro gol da partida.
A pressão do Bahia fez efeito. No escanteio cobrado por Mugni, Luiz Otávio subiu mais do que toda a defesa do Atlético-MG e mandou para o fundo das redes, abrindo o placar aos 17 minutos. Na arquibancada, a torcida acompanhou o time passou a cantar ainda mais alto.
O Atlético-MG ainda tentava se reorganizar quando apenas três minutos depois o Esquadrão aproveitou o bom momento e chegou ao segundo. Matheus Bahia fez o cruzamento e Gilberto se antecipou ao marcador para anotar o seu 13º gol na Série A, aos 20 minutos.
Mas no jogo em que os dois times se lançaram ao ataque, a empolgação tricolor durou apenas 12 minutos. Em um intervalo de seis minutos, o Atlético-MG conseguiu anotar três gols e virou o placar. O primeiro saiu aos 27, em cobrança de pênalti de Hulk.
Já aos 28 minutos, Keno recebeu na entrada da área e bateu de chapa, deixando tudo igual. O terceiro gol veio em outro belo chute de Keno, que Danilo Fernandes não conseguiu defender, aos 32 minutos.
A virada do Atlético-MG fez parte da torcida do Bahia se calar. Em campo, o Bahia sentiu o golpe e se desorganizou. Sem conseguir criar as jogadas, o Esquadrão viu o alvinegro se fechar e administrar o resultado nos últimos minutos. Sem conseguir chegar ao terceiro gol, restou ao Bahia lamentar mais uma derrota, enquanto o Galo soltou o grito de campeão.
FICHA TÉCNICA
Bahia 2×3 Atlético-MG – 32ª rodada do Campeonato Brasileiro
Bahia: Danilo Fernandes, Nino, Conti, Luiz Otávio e Matheus Bahia; Patrick, Mugni (Daniel) e Rodriguinho (Ronaldo); Rossi, Gilberto (Rodallega) e Raí Nascimento (Ramírez). Técnico: Guto Ferreira.
Atlético-MG: Everson, Mariano, Nathan Silva, Júnior Alonso e Gustavo Arana; Tchê Tchê, Zaracho (Igor Rabello), Nacho (Sasha), Hulk e Keno (Dodô); Vargas (Nathan). Técnico: Cuca.
Estádio: Fonte Nova
Gols: Luiz Otávio, aos 17 minutos do 2º tempo, Gilberto, aos 20; Hulk, aos 27, e Keno, aos 28 e aos 32
Cartão amarelo: Mugni (Bahia) e Patrick; Gustavo Arana, Sasha e Nathan(Atlético-MG)
Arbitragem: Flávio Rodrigues de Souza, auxiliado por Marcelo Carvalho Van Gasse e Alex Ang Ribeiro (trio de São Paulo)
Árbitro de Vídeo (VAR): Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP).