A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) estadual de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, tem enfrentado situação de superlotação com a alta nos casos de síndromes gripais na cidade. O local suspendeu a entrada de novos pacientes na manhã de quarta-feira (22), após registrar ocupação de 164% e só retomou o atendimento normal pela tarde. Antes disso, a Unidade já tinha passado pela situação três vezes nas duas últimas semanas, na qual uma delas foi registrado 164% de ocupação.
“Houve um aumento de caso de procura no atendimento nessa primeira quinzena de dezembro, relacionado às síndromes gripais, com descarte para a possibilidade de covid-19, pelo fato de fazermos a testagem rápida de antígeno”, explica a coordenadora da UPA, Sílvia Herranz.
A situação tem obrigado a Unidade a negar o atendimento a pacientes de casos mais leve, os quais foram redirecionados a outras unidades de saúde do município. Isso aconteceu na terça (21), a partir das 10h e durante todo o turno da tarde, quando a taxa de ocupação foi de 122%, no dia anterior, quando beirou aos 164%, e no último sábado (18), quando o serviço foi restrito ao público infantil.
Isso não significa que todos os pacientes internados da UPA são casos de gripe, mas é maior procura em casos gripais que tem causado a superlotação, explica Herranz, o que gera exaustão e cansaço mental e físico por parte da equipe de saúde e do serviço de saúde como um todo.
“Os pacientes internados tendem a ser de casos mais complexos, trauma, AVC, e outras patologias de gravidade maior do que a gripe, então a gente adota a restrição de atendimento para pacientes com casos leves”.
Influenza em Feira de Santana
O aumento dos casos de Influenza no município causa preocupação em Feira, apesar do secretário de saúde não ter confirmado surto na cidade. De acordo com a pasta, Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) confirmou dois casos da nova variante da gripe, H3N2, até o momento.
“Nós vivemos uma aumento relevante de casos na cidade, mas não sei se dá para classificar como surto. Para evitar isso, devemos manter as estratégias que também são utilizadas contra a covid: evitar aglomeração, utilizar alcóol em gel, e vacinação. Estamos com dificuldade no estoque e lutando para termos acesso à vacina, junto à Secretaria Estadual de Saúde”, afirma o secretário de saúde, Marcelo Britto.
Apesar da situação na UPA Estadual, a Secretaria afirma que não foi notada uma superlotação nas Unidades municipais.
Procurada, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) não respondeu, até a publicação da reportagem, quantos casos ativos foram registrados até esta quinta (23). Até terça (21), entretanto, 185 casos de H3N2, dos quais 61 evoluíram para internação e dois foram de óbitos. Pelo menos um deles foi em Feira de Santana.