quinta-feira, 25 abril, 2024

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Micro e pequenos empreendedores respondem por 98% dos negócios

Somente no Nordeste, onde o estado da Bahia está localizado, estão 18% dos 12,4 milhões de empreendimentos registrados.

Com uma economia que vive de sobressaltos, ano após ano, partir pra montar um negócio, é algo de gente empreendedora e que confia no amanhã como se fosse o hoje.  Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae,  98% do total das empresas existentes é de micro e pequenas. Somente no Nordeste, onde o estado da Bahia  está localizado, estão 18% dos 12,4 milhões de empreendimentos registrados.

Os dados oferecidos pelo Sebrae dizem, ainda, que 40% dos empreendedores concentra-se no setor de Comércio. E que mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) deste setor é gerado por pequenos negócios. Informa, também, que 70% da renda da população ativa do setor privado no Brasil é das micro e pequenas empresas. E que mais da metade dos novos empreendimentos são comandados por mulheres.

Coragem 

Em Salvador, esta regra está claramente confirmada. Terse Carreira, 35 anos, e Sara Quadros Borges, 38 anos, estão mostrando toda fibra da mulher baiana. Terse é jornalista, bacharel em Direito e Bombeira civil profissional; enquanto Sara tem graduação em Administração e pós em Gestão Empresarial. Ambas, com coragem e determinação entraram pra valer no mercado com a ‘Eu Amo Acarajé”, apoiadas em uma ideia surgida num pôr do sol, em Barra Grande, Baia de Camamu. Juntas investiram R$15 mil para o negócio prosperar.

O produto de boa qualidade que elas oferecem agradou em cheio ao paladar de baianos e turistas no Verão passado. Principalmente, nos shows de Jammil, na Ponta do Humaitá. Foi a sensação das tardes/noites de música. No “Acarajé Gourmet”, de Terse e Sara, o cliente é que escolhe o recheio: moqueca de siri, de camarão, de bacalhau e até de sururu. Também em camarotes e eventos fechados, lá estão as duas meninas, com as suas inovações gastronômicas. E para surpreender, criaram o “CupAcarajé”, servido em charmosas vasilhas de acrílico. Segundo Terse, “é importante empreender num ramo que gostamos e podemos contribuir de alguma forma para o crescimento econômico e cultural baiano. Os desafios de montar uma empresa são muitos, mas não podemos desistir no primeiro obstáculo. Inovar e persistir são palavras de força no “Eu Amo Acarajé”. Aceitar o novo não é fácil. Tivemos dificuldade em inserir a moqueca de sururu, mas que hoje é um sucesso. Somos nós quem faz tudo na empresa, desde a compra dos produtos, produção e venda dos mesmos”.

Juventude

Assim como elas, o Sebrae lembra que a participação dos jovens brasileiros no empreendedorismo vem crescendo significativamente. Hoje, 57% das pessoas empreendedoras têm até 34 anos. O empreendedorismo é a opção de carreira em todas as regiões, sendo 88% das pessoas no Norte e 87% no Nordeste. Outro item a ser destacado, é que ter uma empresa é um dos principais sonhos dos brasileiros. Desejo que fica em 4º lugar, atrás apenas do sonho de viajar pelo país; comprar uma casa própria; e adquirir um carro.

O Sebrae , através da sua Assessoria na Bahia, enviou dados comparativos do número de micro e pequenas empresas na Bahia, entre os anos de 2014 e 2018, bebendo na fonte da Receita Federal. Os números se referem ao total acumulado de microempreendedores individuais (faturamento até R$ 81 mil anuais); microempresas (faturamento a partir de 81 mil e até R$ 360 mil anuais); e pequenas empresas (faturamento a partir de R$ 360 mil e até R$ 4,8 milhões anuais).

Crescimento

Segundo o levantamento há uma tendência de crescimento nos períodos comparados. A diminuição registrada entre os anos de 2017 e 2018 refere-se ao cancelamento de CNPJs de microempreendedores individuais que estavam com dívidas e outras pendências acumuladas junto à Receita, dos anos de 2016 e 2017, e não buscaram regularizar a situação. Até o último dia de fevereiro, estavam ativas 638.659 micros e pequenas empresas. Ano passado, no mesmo período eram 676.454; em 2016 contavam-se  627.520; enquanto em 2015 eram 580.224; e , em 2014, já  atingia 522.143

No último dia 09 entrou em vigor o Refis. O programa garante o refinanciamento de dívidas tributárias para empresas optantes do Simples em até 180 meses e abrange débitos vencidos até novembro de 2017. Os interessados podem aderir ao Refis no prazo de até 90 dias após a promulgação da lei. A Receita Federal estima que 22 mil micro e pequenas empresas estão nessa situação e poderão renegociar suas dívidas.

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