Alfredo Volpi, um dos mais importantes pintores brasileiros, é comumente associado à representação de bandeirinhas coloridas e casarios – elementos marcantes em suas obras. Ícone da segunda geração do modernismo e do abstracionismo geométrico, o artista é homenageado em exposição retrospectiva no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (Secult), em Salvador, a partir do próximo dia 16, quando, às 19, acontece a abertura da mostra.
A mostra, intitulada Volpi, traça amplo panorama da carreira do pintor autodidata, levando ao público 33 obras – de paisagens rurais e urbanas dos anos 1940 até trabalhos das décadas de 1950, 60 e 70, nos quais predominam composições geométricas coloridas. Entre os destaques, a têmpera sobre tela Casas (1950), obra que integra a coleção do museu. A exposição é uma grande parceria entre instituições, com realização do MAM e produção e apoio do Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna, da Galeria Almeida & Dale, ambos de São Paulo, e da Paulo Darzé Galeria de Arte, de Salvador.
“Temos trabalhado com afinco no sentido de movimentar a cena artística local. Nossa proposta tem como objetivo implementar e difundir as artes visuais da Bahia, recolocar Salvador no circuito nacional das artes”, diz Zivé Giudice, diretor do MAM/BA, salientando que “num contexto de crise, se faz necessário criar parcerias com a sociedade, capazes de viabilizar projetos substanciosos em favor da cultura baiana e brasileira”.
Sobre Volpi
Alfredo Volpi nasceu em 1896 na cidade de Lucca, na Itália, e mudou-se ainda criança para o Brasil. Com a família, instalou-se em São Paulo, no tradicional bairro do Cambuci, reduto paulistano da comunidade italiana. Na juventude, Volpi foi marceneiro e entalhador, até começar a atuar como pintor decorativo de casas da alta burguesia paulistana. O ofício lhe proporcionou dinheiro suficiente para que desse vazão a seus desejos artísticos e desenvolvesse um estilo próprio.
Realizou a primeira exposição individual aos 47 anos de idade, no Salão de Maio e na 1ª Exposição da Família Artística Paulista, no ano de 1938 na cidade de São Paulo. Na década de 1950 evoluiu para o abstracionismo geométrico e, em 1953, recebeu o prêmio de melhor pintor nacional na segunda Bienal de São Paulo.