sexta-feira, 8 novembro, 2024

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Ocupação feminina volta a crescer, após dois anos em declínio

Após dois anos em declínio, o número de postos de trabalho volta a aumentar para as mulheres da RMS, em 2017, de acordo com as informações captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Salvador, realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Entretanto a População Economicamente Ativa (PEA) aumentou entre elas com maior intensidade e com isso o contingente de mulheres desempregadas também elevou-se. A Pesquisa de Emprego e Desemprego é analisada pela SEI em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a Fundação Seade do Estado de São Paulo, a Secretaria de Trabalho do Estado (Setre), e conta com o apoio do Fundo de Amparo ao Trabalhador do Ministério do Trabalho.

No ano de 2017 houve geração de 11 mil postos de trabalho para as mulheres, com impacto positivo sobre as mulheres mais velhas, com idade acima dos 40 anos de idade, e que com nível superior de escolaridade. Em termos setoriais, esse resultado derivou de aumento no número de postos de trabalho na Indústria de Transformação (7,7%), no setor de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (5,8%) e nos Serviços (1,0%). Entre a população masculina houve geração de 23 mil postos de trabalho, fruto do aumento da ocupação no setor de Serviços (5,8%) e no Comércio e reparação (1,8%), haja vista o número de postos de trabalho ter diminuído, para eles, na Indústria de transformação (-3,6%) e, em menor proporção, na Construção (-0,9%). Destaque-se que, entre as mulheres, a amostra na Construção não comportou a desagregação.

Em relação às formas de inserção no mercado de trabalho, o acréscimo no nível ocupacional feminino, em 2017, derivou de aumentos verificados no agregado Demais posições, que inclui empregadores, donos de negócios familiares, trabalhadores familiares sem remuneração e outras posições (crescimento de 21,9%), Trabalho autônomo (17,2%) e no Setor público (5,7%). Já que houve declínio do nível ocupacional feminino no assalariamento no Setor privado Com carteira assinada (-3,5%) e Sem carteira assinada (-6,6%), além dos Serviços domésticos (-1,8%), tanto para as Diaristas (-3,7%) quanto para as Mensalistas (-1,1%). Os homens também tiveram aumento no Trabalho autônomo (16,6%) e no agregado Demais posições (11,6%), além do acréscimo no assalariamento no Setor privado sem carteira de trabalho assinada (1,9%). Por outro lado, eles perderam postos de trabalho em posições mais estruturadas, como no Setor privado com carteira de trabalho assinada (-1,8%) e no Setor público (-1,6%).

Os movimentos observados no ano de 2017 elevou o número de mulheres em posições independentes e, de modo geral, mais precárias, como o Trabalho autônomo e o agregado Demais posições, por um lado, e no Setor público, onde a forma de inserção tende a ser mais estruturada, por outro. Mas, também, reduziu sua presença no emprego Assalariado no setor privado com carteira de trabalho assinada que, tem maiores garantias trabalhistas e sociais que as posições independentes e autônomas. Com isso, para citar as mudanças mais significativas, o trabalho com carteira assinada diminuiu a sua importância na estrutura ocupacional das mulheres, de 46,6% para 44,3% e, o trabalho autônomo e a inserção nas Demais posições ocupacionais elevaram as suas representatividades, de 14,7% para 16,9% e de 4,8% para 5,8%, respectivamente.

Aumenta a Taxa de desemprego das mulheres em 2017 – Após dois anos em declínio, o número de pessoas trabalhando na Região Metropolitana de Salvador (RMS) apresentou acréscimo em 2017, com aumento de 2,4% ou de 34 mil pessoas. Como a População Economicamente Ativa aumentou em 45 mil pessoas, o contingente de desempregados cresceu 11 mil. Com esses movimentos, a taxa de desemprego total na RMS permaneceu no mesmo patamar de 2016, 24,1%. Conforme informações da PED-RMS, o crescimento da ocupação na RMS, em 2017, beneficiou mais aos homens (mais 23 mil postos) que às mulheres (11 mil), ainda que o número de homens (mais 24 mil) na força de trabalho tenham aumentado mais que o de mulheres (mais 21 mil), o que denota maiores dificuldades encontradas por elas em acessar postos de trabalho.

O aumento da PEA em intensidade superior que o acréscimo da ocupação fez com que o contingente de mulheres desempregadas se elevasse (4,2% ou 10 mil pessoas). Já, entre os homens, o contingente de desempregados pouco se alterou (0,5% ou mais 1 mil pessoas). Tanto entre as mulheres quanto entre os homens, elevaram-se as proporções de pessoas jovens, com idade entre 16 e 24 anos, e de pessoas na faixa de 40 a 49 anos de idade e de não negros entre os desempregados. Esses movimentos representaram pequenas mudanças na distribuição de homens e de mulheres no mercado de trabalho, aumentando relativamente a desigualdade entre suas inserções. A sobre representação das mulheres entre os desempregados, sempre significativa, cresceu, depois de dois anos em redução, passando de 51,8% para 52,7% entre 2016 e 2017. Houve leve redução na proporção de mulheres na população ocupada – de 46,9% para 46,6%; e relativa estabilidade na sua participação no mercado de trabalho, que passou de 48,1% para 48,0%.

O aumento no número de mulheres no mercado de trabalho em 2017 implicou em leve crescimento na sua taxa de participação (0,3 p.p) – indicador que estabelece a proporção de pessoas com dez anos de idade ou mais presentes no mercado de trabalho, como ocupadas ou desempregadas. A taxa participação dos homens, que anteriormente já era bastante superior, cresceu em maior proporção. Enquanto a participação feminina passou de 50,4% da População em Idade Ativa (PIA), em 2016, para, 50,7% em 2017, a dos homens aumentou de 65,6% para 66,1%, no mesmo período.

O crescimento da PEA feminina em proporção superior ao aumento do número de postos de trabalho acresceu sua taxa de desemprego, movimento contrário ao observado entre os homens. No ano de 2017, a taxa de desemprego feminina cresceu de 26,0% para 26,4%, enquanto a masculina diminuiu de 22,4% para 21,9%. Com esses resultados, a distância existente entre as taxas de desemprego de homens e de mulheres ficou maior.

Rendimento médio real aumentou mais para as mulheres que para os homens – No período 2016-2017, o rendimento médio real no trabalho principal elevou-se para as mulheres ocupadas (5,6%) e, em menor medida, para os homens (3,2%). O valor recebido pelas mulheres passou de R$ 1.277 para R$ 1.349 e o dos homens, de R$ 1.562 para R$ 1.612.

Como historicamente é observado, o rendimento médio auferido pelas mulheres foi inferior ao dos homens em todas estatísticas comparáveis. Em relação à posição na ocupação, a maior desigualdade de rendimentos mensais, em 2017, foi observada entre os Autônomos, com as mulheres recebendo apenas 64,9% do rendimento masculino. Por outro lado, a proporção auferida pelas mulheres em relação aos homens é menos desigual no assalariamento, cujo rendimento feminino, em 2017, correspondeu a 93,0%. Entre os assalariados, há menor desigualdade no Setor privado com carteira de trabalho assinada (as mulheres receberam 89,9% do rendimento dos homens) que no Setor público (84,2%), e a maior diferença foi entre os assalariados no Setor privado sem carteira assinada (83,7%).

Entre 2016 e 2017, a distância entre o rendimento mensal de homens e de mulheres aumentou no assalariamento do setor privado sem carteira de trabalho assinada (88,7% para 83,7%) e no Setor público (de 91,8% para 84,2%), reduzindo-se no Setor privado com carteira de trabalho assinada pelo empregador (de 89,3% para 89,9%). Em relação aos setores de atividade econômica, a desigualdade foi maior na Indústria de Transformação, seguida dos Serviços e menor no Comércio. No período em análise, o rendimento médio das mulheres apresentou elevação superior ao dos homens na Indústria de Transformação e nos Serviços, diminuindo o fosso existente entre seus vencimentos (de 73,7% para 76,4% e de 88,9% para 92,1%, respectivamente) e aumentando no Comércio e reparação (de 96,2% para 93,0%).

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