segunda-feira, 4 novembro, 2024

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Saiba como investigar as causas da infertilidade

Fatores podem estar relacionados ao homem, mulher ou casal. Diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de gestação. A seguir, médico explica:

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a infertilidade atinge 17,5% da população adulta (cerca de 1 a cada 6 pessoas) em todo o mundo. No Brasil, cerca de 8 milhões de pessoas podem ser inférteis. A doença pode ser caracterizada pela dificuldade do homem, da mulher ou de ambos em conseguir a tão sonhada gestação. Segundo o especialista do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, Dr. Daniel Suslik Zylbersztejn, coordenador médico do Fleury Fertilidade e PhD em Reprodução Humana, um casal é considerado infértil se após 12 meses de tentativas, sem o uso de métodos contraceptivos, não conseguir engravidar.

Estudos da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) mostram que cerca de 30% das causas de infertilidade estão relacionadas a fatores femininos e 30% estão associadas à causa masculina. Outros 40% estão ligados à infertilidade combinada do casal. “Estatisticamente, as causas da infertilidade podem ser igualmente femininas ou masculinas, o que varia são as predisposições genéticas, idade biológica e fatores externos que podem ter causado a incapacidade de ter filhos. Tradicionalmente, a mulher acaba sendo mais bem avaliada que o homem referente as causas de infertilidade, muito por questão cultural de cuidado à saúde, por isso temos a sensação de que os problemas reprodutivos residem mais frequentemente no sexo feminino.”, explica o Dr. Zylbersztejn.

Para as mulheres, as principais causas da infertilidade podem ser a síndrome dos ovários policísticos, endometriose, problemas nas trompas uterinas e o avanço da idade. Já para os homens, as causas estão relacionadas à baixa produção de espermatozoides ou alterações devido a varizes nos testículos (varicocele), obesidade, tabagismo e uso de anabolizantes. “O diagnóstico de infertilidade não é uma sentença. Quanto antes as causas forem investigadas, mais chances existem de realizar o sonho da gravidez”, ressalta o especialista.

A investigação deve começar pelo agendamento de consulta com um especialista em reprodução humana. No primeiro momento, é feita a avaliação do histórico dos pacientes. Em seguida, é realizado exames físicos e solicitado vários exames complementares para a averiguação do potencial de fertilidade. “Com os resultados dos exames é possível saber a causa da infertilidade e indicar o melhor tratamento, que pode ser desde a mudança de estilo de vida, cirurgia de correção de varicocele, cirurgia de endometriose, tratamentos hormonais, coito programado, inseminação artificial, fertilização in vitro, entre outros”, completa o médico.

O coito programado se caracteriza pela indução da ovulação da mulher para que se programe a relação sexual para o momento mais adequado. Já a inseminação intrauterina acontece quando o homem colhe o sêmen em uma clínica de reprodução assistida e esses espermatozoides são preparados, concentrados e injetados direto no útero da mulher. A fertilização in vitro (FIV) é a técnica com mais chances de sucesso e maior complexidade, pois consiste na retirada dos óvulos por uma punção transvaginal dos ovários, fertilizados pelos espermatozoides para a formação dos embriões e cultivados no laboratório até serem congelados para uso futuro ou transferidos para a cavidade uterina para seguir com o seu desenvolvimento.

Dr. Daniel Suslik

Os principais exames solicitados pelos médicos especialistas em reprodução humana para investigar as causas da infertilidade são:

Dosagem de hormônios
Alguns hormônios são dosados para avaliar se está tudo certo com a atividade ovariana, o período de ovulação e o desenvolvimento dos folículos.

Ultrassonografia transvaginal seriada
Esse exame verifica o tamanho dos folículos ovarianos para que se possa ter uma noção de quando eles estarão realmente maduros para a coleta dos óvulos ou para ovulação natural. Deve ser realizado diversas vezes durante o ciclo ovulatório.

Histerossalpingografia
Exame indicado para detectar anormalidades em órgãos que possam dificultar a gravidez, como trompas e útero. Devem ser consideradas até mesmo as alterações mais sutis na anatomia desses órgãos reprodutivos.

*Ultrassonografia endovaginal com preparo intestinal*
Indicada para diagnosticar casos de endometriose, problema que afeta cerca de 40% das mulheres com dificuldade de engravidar. Também pode diagnosticar outros problemas ovarianos, como cistos, tumores, miomas e malformação do útero.

Videohisteroscopia
É o melhor exame para detectar anormalidades da cavidade endometrial e colo uterino, como pólipos, miomas e sinéquias. Também realizado com a introdução de uma câmera, pelo colo uterino, até atingir a cavidade endometrial.

Espermograma
Exame que colhe o sêmen e, por meio de análises macro e microscópicas, averigua possíveis anomalias nos espermatozoides.

Exame de Fragmentação de DNA espermático
Exame complementar ao espermograma, analisa o grau de compactação do DNA do espermatozoide. Quanto maior for o grau de compactação dos espermatozoides, melhor é a qualidade do gameta para a formação de um embrião de qualidade. Quanto maior for o grau de fragmentação deste DNA, maiores são as chances de infertilidade, de falha na formação de embriões e maiores riscos de abortamento de repetição nas primeiras semanas de gestação.

Exames genéticos
Anormalidades cromossômicas no homem ou na mulher podem levar à formação de embriões com problemas genéticos, que causam falhas na implantação ou abortos. Por isso é importante detectar possíveis alterações, por meio do exame de cariótipo e do exame de biópsia embrionária realizado durante o procedimento de fertilização in vitro em casais com maior probabilidade de apresentar alterações genéticas.

Por Carol Campos

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