sexta-feira, 29 março, 2024

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“Sou a deputada que mais visita os ministérios”

Deputada promete garantir apoio ao ministro João Roma como possível candidato ao Governo do Estado

O Estado não pode determinar o que é importante para o corpo das pessoas. A tese é da deputada estadual Talita Oliveira (PL), autora do projeto  que barra a obrigatoriedade do comprovante de vacinação anti-Covid. Em seu primeiro mandato, a deputada é uma das principais simpatizantes de Jair Bolsonaro na Bahia e promete garantir apoio ao ministro João Roma como possível candidato ao Governo do Estado. Confira neste Direto do Legislativo, também transmitido pela TV Alba (canal aberto 12.2 e 16 na Net), que passa a ser publicado (e também transmitido) em dois dias a partir desta semana:  terças e quintas-feiras.

A senhora foi eleita com a bandeira do empreendedorismo e do combate à corrupção. Quais são suas conquistas nessas áreas?

O empreendedorismo foi uma das motivações pra eu ser candidata a deputada estadual. A Bahia tem um dos piores índices de desemprego, e o empreendedorismo, sempre falo, é muito mais do que ter só um negócio. É mudança da mentalidade, do mindset. Isso era algo que, por ser empreendedora desde nova, me questionava muito. O nosso estado, mesmo com tanta riqueza e tantos talentos, nem sempre consegue trabalhar esse desenvolvimento. A gente tem poucos incentivos de políticas públicas para o empreendedorismo e geração de emprego e renda na Bahia. Foi quando lancei o desafio de sair candidata a deputada. Uma campanha que começou já muito empreendedora, uma das mais em conta da história da Bahia, até do Brasil, com 25 mil reais. Estou deputada estadual e mostrando que, com mudança de mentalidade e projetos, a gente tem como buscar soluções para os problemas. Sou idealizadora do projeto “A força da mulher empreendedora”, que foi o que me motivou a colocar tudo que Deus me treinou nesses anos todos a serviço dos baianos. A gente tem muitas políticas públicas pra aplicar.

E em relação ao combate à corrupção? 

Meu mandato é diferente, de renovação. O combate à corrupção é a gente começar a se posicionar. Acredito nisso, a partir do momento em que os bons se colocam no [devido] lugar e a gente não fica só olhando. Precisamos ter a autorresponsabilidade porque somos um reflexo da sociedade, dos políticos que nós temos hoje. Não adianta a gente ficar só em casa. Meu pai me inspirou muito quando me falava de uma política anticorrupção. Ele também foi um dos meus motivadores. Nós conservadores, a nossa essência, eu vejo como um grande avanço. Pra gente ter coisas diferentes, temos que ter atitudes também diferentes. Hoje faço a base do governo federal e você não vê nenhum escândalo de corrupção como antes.

Quais outras bandeiras a senhora defende? 

Sempre falo dos valores de Deus, da pátria, da família e da liberdade. Um dos projetos que trabalho muito é a família, a base. Quando você cuida disso, você cuida de toda a sociedade. Temos que acreditar. Sou mãe de um bebezinho, o Davi, a esposa de Walter, e quando olho eles na responsabilidade que temos hoje, falo que não trabalho pra essa geração, mas pra próxima, pra deixar um País organizado, uma Bahia próspera em que eles sintam orgulho de serem baianos, brasileiros, patriotas. Sou uma deputada muito patriota. Amo o que faço. Isso incentiva também mais mulheres e famílias a ocupar espaços de poder.

A senhora é autora de um projeto de lei que barra a obrigatoriedade do comprovante de vacinação contra a Covid-19 em espaços públicos. Por que apresentou esse projeto?

Não sou contra a vacinação. Sou contra a forma como isso acabou sendo imposto. É a nossa liberdade, nosso direito de ir e vir. Muitos não têm noção de que quando se tira a liberdade, a gente tira o que de mais precioso nós temos. O Estado não pode determinar o que [é importante para] o seu corpo, as suas decisões. A gente sabe de toda a importância da vacinação, mas que cada um decida por si. Não o Estado que decida o que deve ser feito.

Mas a vacinação não é obrigatória. 

Mas aí entra a contradição. E o passaporte? A vacinação não é obrigatória, mas quando você tira o direito do cidadão de tirar uma carteira, de exercer sua cidadania, acaba impondo aquilo que o Estado quer que ele faça. Hoje você tem um controle da vacinação, a carteira de vacinação, o passaporte, e muitos não se acham preparados pra tomar a vacina, acreditam que seja uma fase experimental. Sou contra a imposição, tirar esse direito. É um artigo nosso da Constituição.

A senhora foi vacinada contra a Covid?

Não fui vacinada. Tive Covid e é como falo: cada organismo é um organismo. A gente tem no caso um atestado médico, porque cada corpo reage [de um jeito]. E pode reagir não só porque a vacina é da Covid. Tem outras vacinas também. Você tem que estar com o seu médico, com a sua orientação. Cada corpo é um corpo, cada organismo é um organismo, não dispensa o médico. Acredito que cada situação é avaliada de uma maneira diferente.

A senhora tem formação em gestão pública e se coloca como oposicionista do Governo do Estado. Qual a avaliação que faz da administração pública estadual? 

É o que sempre falo, o exame médico. Às vezes, você pode olhar por fora e está lindo, mas o que comprova são dados. E nós temos os piores dados do Brasil.

Em relação a quê?

Segurança, saúde, educação, taxa de desemprego. Temos muito o que avançar na gestão [pública]. Quando rodo o estado, a saúde, a nossa educação, nós somos os piores índices. Então, a minha maior crítica ao governo é essa. Não adianta fazer uma maquiagem. Estão aí os dados, os números, o exame médico. E esse exame médico comprova que o nosso estado vai muito mal, sendo que nós temos tudo pra transformá-lo. Eu acredito na Bahia como um dos estados mais prósperos e capaz de devolver aos baianos o que eles realmente merecem.

A senhora se destaca na Bahia como uma das principais apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro. O que justifica essa posição? 

É a questão dos valores nos quais acredito. O que a Bahia e o Brasil representam entre as nações. Estar na base do presidente é defender Deus, a pátria, a família. O conservadorismo, que foi o que elegeu o presidente. É conservar, é preservar. Acredito em pessoas com valores que defendam primeiramente a família. Como eu disse, é um dos projetos que carrego, a base da família. Então, estar com o presidente ou o governo federal – não é só o presidente, é um time – é o que me alinha e o que espero para a próxima geração.

Está satisfeita com o desempenho do governo Bolsonaro? 

Ele tem feito um excelente governo. Nós pegamos uma casa, não era uma casa arrumada, uma casa difícil, está sendo um grande desafio, ainda mais no momento em que estamos vivendo, mas o presidente tem feito uma excelente gestão. E a gente aguarda mais quatro anos pra que o Brasil continue crescendo. Nós passamos por uma pandemia que não é problema só do Brasil, é do mundo, e mesmo assim foi muito incentivo. Eu posso dizer uma coisa: visito muito os ministérios e uma palavra que vejo ali é missão. E quando você tem uma missão, você se mostra preparado pra entender algo de uma dimensão muito maior. E foi uma resposta dos brasileiros, né? De todos que queriam mudança. E mudança para um Brasil em que a gente precisa ser mais patriota. Eu acredito nesse Brasil.

Existe um entendimento entre grande parte dos brasileiros de que nunca antes um presidente da República desperdiçou de forma tão displicente a maioria dos votos que recebeu, nenhum gerou conflitos tão insensatos e ninguém foi tão irresponsável com a saúde pública como ele. Por que grande parte da população pensa assim? 

É uma mudança de mentalidade, ninguém faz nada em um dia. Eu acredito que o presidente tem feito uma excelente gestão. Acompanho o presidente e é de uma satisfação muito grande. Onde ele vai tem pessoas que o acompanham, que acreditam.

Pesquisas apontam 50 a mais de 50% de rejeição a Bolsonaro e que grande parte dos brasileiros quer o impeachment dele.

As pesquisas também apontavam que ele não seria eleito. Acompanhei bem as pesquisas em que ele nem aparecia, mas a gente tem a maior pesquisa que é a rua. A gente tem que acreditar. Passamos dois anos de pandemia em que muitas pessoas falaram da vacinação e o Brasil foi o terceiro em vacinação, em empenho. Não tinha vacinas no mundo. E não é uma eleição simples o que vamos viver agora em outubro. Vai ser a definição pra uma próxima geração. É uma eleição em que vamos ter que ter muito mais cuidado, saber olhar os valores. O Brasil está entendendo que a política está acompanhando de perto seus parlamentares, seu presidente e eu tenho muito orgulho. Num time nem sempre é um. É o governo federal. E é no que acredito. Sei que ele vai fazer uma excelente gestão e entregar pros brasileiros um país ainda melhor.

Sua relação com o presidente Bolsonaro já resultou em quais benefícios para a Bahia? 

Quem me acompanha sabe que estou o tempo todo em Brasília em busca de dinheiro da União pra gente trazer projetos. E são inúmeros projetos implantados já. Temos um grande que estartou agora que é o Famílias Fortes nos municípios. Neste governo onde temos dois ministros baianos a gente pode ver os índices. Na Assembleia Legislativa, com a base mais do governador, depende muito de como esses deputados se comportam pra trazer projetos. Mas olha quantos benefícios nosso estado já teve. Sou uma deputada que busca, luta, vou sair candidata a deputada federal nessas eleições e sempre que posso estou ao lado do presidente. Acho que sou a deputada que mais visita os ministérios. Estudo muito cada solução, porque cada município é um problema, não podemos generalizar. É uma alegria muito grande estar nos ministérios como também aqui nas secretarias. É o caminho de todo deputado, buscar melhorias.

A senhora foi eleita pelo antigo PSL, mas acaba de se filiar ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Já tem selado o apoio dele para sua caminhada rumo à Câmara dos Deputados?

Desde antes mesmo de 2018 estamos caminhando juntamente com o presidente Jair Bolsonaro na defesa dos verdadeiros valores do povo brasileiro, que são a família, a pátria, a liberdade e Deus. Em 2022, mais uma vez, permaneceremos firmes nessa missão. A nossa parceria tem como meta colocar a Bahia na rota de crescimento do Brasil.

E o presidente da República vai mesmo apostar no nome do ministro da Cidadania, João Roma, como candidato ao Governo do Estado? É também sua aposta? 

A gente vai saber nessas próximas definições. João Roma é o ministro de uma pasta muito importante, uma pasta social, o Ministério da Cidadania, e se for ele, vai ser uma satisfação apoiá-lo pra que o presidente tenha um palanque na Bahia.

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