O vereador e vice-líder da oposição na Câmara de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), voltou a tratar da importância da renovação dos quadros de direção do Partido dos Trabalhadores e defendeu a participação de grupos historicamente excluídos das decisões da sigla. Após o Congresso Estadual, que elegeu o jovem Éden Valadares como novo presidente do partido na Bahia, Suíca frisou a importância do protagonismo da juventude, das mulheres e do movimento negro. O edil petista defende ainda a realização de prévias no PT e o envolvimento da população para os pleitos de 2020 e 2022. “Esse partido é um instrumento do povo, não tem dono. Então é mais uma ferramenta da população. É importante a renovação, mas não podemos deixar nossos ideais esquecidos”, salienta Suíca ao ratificar apoio a jovem Elen Coutinho para a presidência do PT estadual por ser uma mulher negra e para sair do discurso.
“Lugar de mulher é onde ela quiser. Defendo mais oportunidade para a juventude negra, sou veementemente contra o extermínio de jovens negros e precisamos criar protagonismo para mudar essa realidade. Mais do que nunca foi feito alguns pactos durante as campanhas do processo interno, que no congresso não foram cumpridas, como ter uma mulher na presidência. Fizemos debates e plenárias conjuntas, e mesmo assim acordos não foram cumpridos no congresso, a defesa da candidatura negra em Salvador só ficou no discurso. É preciso mais negros em outros espaços, e não se fez valer isso no congresso do PT. Então, essas incoerências que foram para mim um ponto negativo, mas o congresso de forma geral foi melhor que os anteriores”. Na capital, o vereador formou um grupo e ajudou a eleger o novo presidente da executiva municipal, Ademário Costa.
Suíca é um dos defensores que o PT tenha candidato próprio na capital em 2020. “Temos chance de governar Salvador, coisa que nunca conseguimos”, completa. O edil lembra que o congresso do partido envolveu a população, que deve entender a diferença do PT para as outras siglas. “O PED que elegeu Ademário movimentou Salvador. E a cidade percebeu a disputa interna. Um outro instrumento que o partido precisa utilizar é mostrar para população da favela que o PT é um patrimônio do povo e que não tem dono. Por isso defendo prévias para 2020 e 2022. Pois é esse instrumento que oxigena o partido, faz com o que as pessoas se movimentem para além da militância. Assim como foi o orçamento participativo, de consulta popular, que aconteceu há muito tempo em Porto Alegre e quase foi efetivado aqui em Salvador”.